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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Hipocrisia e bombas de fragmentação

Hipocrisia e bombas de fragmentação

Os grandes produtores recusam assinar: desde Domingo é proibida a produção, o armazenamento e o uso de bombas cluster. Estados Unidos, Israel, Rússia, China e Brasil são os maiores produtores, mas recusaram assinar o compromisso.
Os primeiros quatro votaram sanções contra o Irão; e os EUA lançaram a bomba atómica sobre Hiroshima e Nagasaki. Todos eles são produtores de energia nuclear.

Numa altura em que assistimos ao debate global sobre armas ou energia nucleares, são aprovadas sanções contra o Irão, ameaça-se a Coreia do Norte, desde os Estados Unidos até a União Europeia passando pelas Nações Unidas, estamos a presenciar mais uma vez a hipocrisia dos principais produtores de armas, assim poderoso que têm geralmente dois, três ou até quatro discursos diferentes sobre o mesmo tema.

Dois anos após a sua aprovação, entra em vigor a convenção que proíbe as munições cluster, geralmente disparados de aviões e que, no interior, têm centenas ou mesmo milhares de mini-bombas que podem matar num raio de 15 metros.

O aspecto mais contestado das bombas cluster é que, em muitos casos, estas pequenas bombas (o mesmo tamanho de uma lata de refrigerante) não explodem e permanecem activas por mais de 40 anos.

Portanto, são altamente perigosas para os civis depois duma guerra ter acabado.

Também tendem a ter cores brilhantes, tornando-as atraentes aos olhos das crianças.

Potências não assinam

O tratado internacional foi assinado por 108 Países, dos quais 34 o ratificaram.

No entanto, as principais potências militares não ratificaram a convenção, pois consideram legitima a utilização destas armas.

Entre os Países que se mantiveram à margem ficam os principais produtores das bombas de fragmentação, como os Estados Unidos, a Rússia e a China; além das nações envolvidas em conflitos abertos ou latentes, como Paquistão, Índia e Israel.

Quanto ao cenário latino-americano, o Brasil está entre os maiores produtores de bombas de fragmentação que recusaram assinar o acordo.
Para os grupos que lutam para proibir estes dispositivos, este é o tratado humanitário mais importante da década.

Thomas Nash, coordenador da Coligação Contra Armas de Fragmentação, que reúne mais de 300 organizações não-governamentais, disse à BBC que:
É um triunfo dos valores humanitários perante uma arma cruel e injusta.
Armamento abominável

Por seu turno, o Secretário-Geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que a entrada em vigor do tratado:
ressalta não apenas a repulsa colectiva frente este tipo de armas abomináveis, mas também o poder da cooperação entre governos, sociedade civil e Nações Unidas para mudar as atitudes e as políticas relacionadas às ameaças que a humanidade enfrenta.
Na ausência de dados sobre a produção na Rússia e na China, o maior produtor e exportador de bombas de fragmentação é a América, com um total de 800 milhões comprovadas.

Israel é um dos Países que mais armazena estes tipo de explosivos, embora a quantidade permaneça desconhecida. O Reino Unido e a Alemanha, com 50 milhões de bombas de fragmentação cada um, ratificaram o tratado e comprometeram-se a destruí-las.

Segundo a Coligação Contra Armas de Fragmentação, estes explosivos atingiram (com mortos o/ou feridos) desde 1965 mais de 100.000 pessoas, um terço das quais crianças.

A campanha para a proibição deste tipo de bomba começou em 2006, após a guerra entre Israel e Hezbollah no Líbano, no curso da qual as bombas provocaram muitas baixas.

Como lembrou Nash:
Na última guerra no Líbano, foram utilizados seis diferentes tipos de bombas de fragmentação, e quatro delas foram compradas por Israel aos Estados Unidos


Uma única dúvida.
Para retomar as palavras de Nash "É um triunfo dos valores humanitários perante uma arma cruel e injusta": quais seriam as armas justas e não cruéis?

Ipse dixit.


Fonte: Wikipédia, Insurgente

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