Impacto lunar: Saiba tudo sobre o choque espacial de sexta-feira | |
Na manhã de sexta-feira o segundo estágio de um foguete Atlas-5 se chocará contra o polo sul da Lua. A força do impacto erguerá uma gigantesca coluna de detritos a mais de 6 mil metros de altitude que será perfurada por uma segunda sonda com o objetivo de estudar sua composição.
Apesar de pouco divulgado pela imprensa brasileira, a missão LCROSS ganhou bastante destaque no Apolo11, que há mais de um ano publica artigos sobre o evento, informando o máximo possível aos leitores sobre esse fascinante experimento que pretende comprovar a existência de água no fundo das crateras da Lua.
Mesmo com muitos artigos disponíveis, preparamos uma série de respostas às perguntas mais comuns que diariamente recebemos via email. Também queremos lembrar que o impacto será transmitido ao vivo pelo ApoloChannel, onde estará disponível um chat para que os interessados possam acompanhar em grupo ou fazer perguntas sobre a missão.
Pergunta: O que significa LCROSS e do que é composta?
Resposta: LCROSS significa Lunar Crater Observation and Sensing Satellite ou Satélite de Sensoriamento e Observação de Crateras Lunares. A missão é composta de dois módulos que serão separados algumas horas antes do impacto. Um deles é o Centauro, o segundo estágio do foguete Atlas-5 que levou a missão ao espaço e o outro é a sonda de sensoriamento Lcross, responsável pela análise dos dados. O primeiro a se chocar contra a Lua será o Centauro e quatro minutos depois é a vez da sonda se espatifar contra a superfície, após penetrar na nuvem de fragmentos e estudá-la.
Pergunta: Qual o principal objetivo da missão?
Resposta: O objetivo do experimento é detectar a presença de água no fundo de uma das crateras polares da Lua, que devido à posição selenográfica nunca recebeu a luz do Sol em milhões de anos, por isso permanece escura e congelada. Sondagens anteriores feitas por radar e outras sondas lunares levantaram a possibilidade da existência de água congelada no fundo de algumas crateras, daí a necessidade de estudar o material que existe alojado em seu interior.
Pergunta: Como a sonda Lcross vai conseguir achar água na poeira lunar?
Resposta: Após o primeiro choque contra o fundo da cratera, uma gigantesca coluna de material congelado será erguida entre 6 mil e 10 mil metros de altitude e receberá a luz solar pela primeira vez em milhões de anos. Essa material será penetrado pela sonda LCROSS que virá logo atrás e estudará rapidamente sua composição química. Caso o material ejetado contenha água congelada, suas moléculas serão quebradas pela radiação ultravioleta do Sol, separando o hidrogênio (H) e hidróxido (OH) que serão detectados pelos espectrômetros a bordo da LCROSS.
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Pergunta: Qual a força e velocidade de impacto do Centauro?
Resposta: O Centauro atingirá a cratera lunar a 9 mil km/h, produzindo energia cinética equivalente a 1 tonelada de TNT. Isso criará uma nova cratera de 3 metros de profundidade por 30 metros de comprimento. A quantidade de material ejetado dará para encher dez ônibus escolares. A temperatura do ponto de impacto subirá de 90 graus negativos para 200 graus Celsius.
Pergunta: A força do impacto pode danificar ou rachar a Lua?
Resposta: Não. A massa da Lua é bilhões de vezes maior que a do impactador, comparável a uma pulga se chocando contra uma locomotiva.
Pergunta: O choque será visível à vista desarmada?
Resposta: Não. Para ver o impacto e a pluma ejetada é necessário um telescópio de médio porte, maior que 250 milímetros de diâmetro. Telescópios menores estarão no limite do modelo calculado para o brilho da pluma de poeira, que poderá apresentar grande variação entre os dados calculados e o realmente ocorrido.
Pergunta: Vai dar para ver do Brasil? A que horas será o impacto?
Resposta: Infelizmente, o impacto não será visível do Brasil. O choque acontecerá às 08:31:19 pelo Horário de Brasília e neste horário a Lua já estará bem próxima ao horizonte oeste, com o céu bastante claro, impossibilitando a visão da explosão e da coluna de poeira lunar.
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Pergunta: De onde será possível ver o choque?
Resposta: O melhor local para ver o impacto é no meio do oceano Pacífico. Ali, dois dos maiores telescópios do mundo - Keck e UH-88, em Mauna Kea, estarão observando o evento. O impacto também poderá ser visto de quase todos os EUA, mas o oeste e meio-oeste americanos serão os mais favorecidos, além da costa oeste do México, Canadá e Alasca. Observadores na Nova Zelândia e Polinésia também serão bastante privilegiados.
Pergunta: Em que momento o impactador e a sonda LCROSS serão separados?
Resposta: A separação dos dois módulos está prevista para as 23 horas de quinta-feira. Neste momento os controladores da missão corrigirão a posição e trajetória das naves, dirigindo-as diretamente para a cratera alvo.
Pergunta: Qual a hora exata do impacto e em qual cratera o impactador se chocará?
Resposta: O impacto do Centauro ocorrerá às 08:31:19 enquanto a sonda LCROSS se chocará 4 minutos e 15 segundos depois, às 08:35:45. Até duas semanas atrás o local de impacto seria a cratera Cabeus A, trocado posteriormente pela cratera Cabeus por apresentar maior concentração de hidrogênio. A cratera é localizada no pólo sul da Lua e vista da Terra próxima ao limbo lunar. Apesar de Cabeus ter 100 km de diâmetro, o alvo da sonda é um pequeno vale em seu interior. As coordenadas selenográficas do impacto são 84.4 S e 45.0 W e todos os horários são de Brasília.
Pergunta: Outros observatórios estarão acompanhando o impacto?
Resposta: Sim. Existem dezenas de campanhas de observação, principalmente nos EUA, onde até mesmo as crianças estarão participando. Astrônomos profissionais e amadores estarão coletando dados e imagens que serão posteriormente enviadas aos pesquisadores da Nasa junto ao Centro Espacial Goddard, que está coordenando a missão. Todos os telescópios espaciais, incluindo Hubble, Spitzer, Herschel e Chandra já foram reorientados e já estão coletando dados da região da cratera Cabeus.
Pergunta: Como posso acompanhar o impacto e tirar algumas dúvidas?
Resposta: O ApoloChannel retransmitirá o evento a partir das 07h30 da manhã desta sexta-feira, dia 9. Um chat estará disponível para os usuários tirarem dúvidas do evento, que contará com a participação do diretor do Apolo11, Rogério Leite. ApoloChannel
Pergunta: Onde posso ter mais informações sobre o impacto?
Resposta: O Apolo11 publicou diversos artigos sobre o evento e acompanhou a missão desde que foi concebida. Clique aqui para ler os artigos
Imagens: No topo, concepção artística mostra a sonda Lcross seguindo em direção à pluma de material levantado pelo impacto do Centauro. Na sequência, a localização da cratera Cabeus no polo Sul da Lua, em imagens captadas pelo Observatório de Tortugas, nos EUA. Em seguida, diagrama mostra a sequência de eventos após o impacto da sonda, que erguerá uma pluma de detritos entre 6 mil e 10 mil metros de altitude. Acima, vídeo mostra como será o impacto das duas naves. Créditos: Nasa/Goddard Space Flight Center/Youtube.
video http://www.youtube.com/watch?v=-0ZiYFbenrY
Apesar de pouco divulgado pela imprensa brasileira, a missão LCROSS ganhou bastante destaque no Apolo11, que há mais de um ano publica artigos sobre o evento, informando o máximo possível aos leitores sobre esse fascinante experimento que pretende comprovar a existência de água no fundo das crateras da Lua.
Mesmo com muitos artigos disponíveis, preparamos uma série de respostas às perguntas mais comuns que diariamente recebemos via email. Também queremos lembrar que o impacto será transmitido ao vivo pelo ApoloChannel, onde estará disponível um chat para que os interessados possam acompanhar em grupo ou fazer perguntas sobre a missão.
Pergunta: O que significa LCROSS e do que é composta?
Resposta: LCROSS significa Lunar Crater Observation and Sensing Satellite ou Satélite de Sensoriamento e Observação de Crateras Lunares. A missão é composta de dois módulos que serão separados algumas horas antes do impacto. Um deles é o Centauro, o segundo estágio do foguete Atlas-5 que levou a missão ao espaço e o outro é a sonda de sensoriamento Lcross, responsável pela análise dos dados. O primeiro a se chocar contra a Lua será o Centauro e quatro minutos depois é a vez da sonda se espatifar contra a superfície, após penetrar na nuvem de fragmentos e estudá-la.
Pergunta: Qual o principal objetivo da missão?
Resposta: O objetivo do experimento é detectar a presença de água no fundo de uma das crateras polares da Lua, que devido à posição selenográfica nunca recebeu a luz do Sol em milhões de anos, por isso permanece escura e congelada. Sondagens anteriores feitas por radar e outras sondas lunares levantaram a possibilidade da existência de água congelada no fundo de algumas crateras, daí a necessidade de estudar o material que existe alojado em seu interior.
Pergunta: Como a sonda Lcross vai conseguir achar água na poeira lunar?
Resposta: Após o primeiro choque contra o fundo da cratera, uma gigantesca coluna de material congelado será erguida entre 6 mil e 10 mil metros de altitude e receberá a luz solar pela primeira vez em milhões de anos. Essa material será penetrado pela sonda LCROSS que virá logo atrás e estudará rapidamente sua composição química. Caso o material ejetado contenha água congelada, suas moléculas serão quebradas pela radiação ultravioleta do Sol, separando o hidrogênio (H) e hidróxido (OH) que serão detectados pelos espectrômetros a bordo da LCROSS.
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Pergunta: Qual a força e velocidade de impacto do Centauro?
Resposta: O Centauro atingirá a cratera lunar a 9 mil km/h, produzindo energia cinética equivalente a 1 tonelada de TNT. Isso criará uma nova cratera de 3 metros de profundidade por 30 metros de comprimento. A quantidade de material ejetado dará para encher dez ônibus escolares. A temperatura do ponto de impacto subirá de 90 graus negativos para 200 graus Celsius.
Pergunta: A força do impacto pode danificar ou rachar a Lua?
Resposta: Não. A massa da Lua é bilhões de vezes maior que a do impactador, comparável a uma pulga se chocando contra uma locomotiva.
Pergunta: O choque será visível à vista desarmada?
Resposta: Não. Para ver o impacto e a pluma ejetada é necessário um telescópio de médio porte, maior que 250 milímetros de diâmetro. Telescópios menores estarão no limite do modelo calculado para o brilho da pluma de poeira, que poderá apresentar grande variação entre os dados calculados e o realmente ocorrido.
Pergunta: Vai dar para ver do Brasil? A que horas será o impacto?
Resposta: Infelizmente, o impacto não será visível do Brasil. O choque acontecerá às 08:31:19 pelo Horário de Brasília e neste horário a Lua já estará bem próxima ao horizonte oeste, com o céu bastante claro, impossibilitando a visão da explosão e da coluna de poeira lunar.
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Pergunta: De onde será possível ver o choque?
Resposta: O melhor local para ver o impacto é no meio do oceano Pacífico. Ali, dois dos maiores telescópios do mundo - Keck e UH-88, em Mauna Kea, estarão observando o evento. O impacto também poderá ser visto de quase todos os EUA, mas o oeste e meio-oeste americanos serão os mais favorecidos, além da costa oeste do México, Canadá e Alasca. Observadores na Nova Zelândia e Polinésia também serão bastante privilegiados.
Pergunta: Em que momento o impactador e a sonda LCROSS serão separados?
Resposta: A separação dos dois módulos está prevista para as 23 horas de quinta-feira. Neste momento os controladores da missão corrigirão a posição e trajetória das naves, dirigindo-as diretamente para a cratera alvo.
Pergunta: Qual a hora exata do impacto e em qual cratera o impactador se chocará?
Resposta: O impacto do Centauro ocorrerá às 08:31:19 enquanto a sonda LCROSS se chocará 4 minutos e 15 segundos depois, às 08:35:45. Até duas semanas atrás o local de impacto seria a cratera Cabeus A, trocado posteriormente pela cratera Cabeus por apresentar maior concentração de hidrogênio. A cratera é localizada no pólo sul da Lua e vista da Terra próxima ao limbo lunar. Apesar de Cabeus ter 100 km de diâmetro, o alvo da sonda é um pequeno vale em seu interior. As coordenadas selenográficas do impacto são 84.4 S e 45.0 W e todos os horários são de Brasília.
Pergunta: Outros observatórios estarão acompanhando o impacto?
Resposta: Sim. Existem dezenas de campanhas de observação, principalmente nos EUA, onde até mesmo as crianças estarão participando. Astrônomos profissionais e amadores estarão coletando dados e imagens que serão posteriormente enviadas aos pesquisadores da Nasa junto ao Centro Espacial Goddard, que está coordenando a missão. Todos os telescópios espaciais, incluindo Hubble, Spitzer, Herschel e Chandra já foram reorientados e já estão coletando dados da região da cratera Cabeus.
Pergunta: Como posso acompanhar o impacto e tirar algumas dúvidas?
Resposta: O ApoloChannel retransmitirá o evento a partir das 07h30 da manhã desta sexta-feira, dia 9. Um chat estará disponível para os usuários tirarem dúvidas do evento, que contará com a participação do diretor do Apolo11, Rogério Leite. ApoloChannel
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Resposta: O Apolo11 publicou diversos artigos sobre o evento e acompanhou a missão desde que foi concebida. Clique aqui para ler os artigos
Imagens: No topo, concepção artística mostra a sonda Lcross seguindo em direção à pluma de material levantado pelo impacto do Centauro. Na sequência, a localização da cratera Cabeus no polo Sul da Lua, em imagens captadas pelo Observatório de Tortugas, nos EUA. Em seguida, diagrama mostra a sequência de eventos após o impacto da sonda, que erguerá uma pluma de detritos entre 6 mil e 10 mil metros de altitude. Acima, vídeo mostra como será o impacto das duas naves. Créditos: Nasa/Goddard Space Flight Center/Youtube.
video http://www.youtube.com/watch?v=-0ZiYFbenrY
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