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sexta-feira, 18 de junho de 2010

NASA DESCOBRE MAIS DE 700 PLANETAS

EDU DALLARTE

FONTE

NASA


NASA descobre mais de 700 planetas fora do Sistema Solar

400 dos novos exoplanetas podem ter características semelhantes à Terra e Netuno

2010-06-17


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Kepler vai continuar a procurar planetas até Novembro
(Cortesia: NASA)
Hoje pode ser um dia histórico no mundo da astronomia. A equipa de investigadores da NASA responsável pela sonda Kepler anunciou a descoberta de indícios de 700 novos planeta fora do Sistema Solar.

A confirmar-se, a incrível descoberta duplicaria o número de exoplanetas conhecidos. Mais interessante ainda é que 400 destes outros mundos parecem ter as dimensões da Terra e de Neptuno, uma classe de objectos muito raros e que, com sorte, podem ser o que os cientistas procuram há muito tempo: um gémeo do nosso planeta azul, onde se repitam as condições para a vida tal e qual a conhecemos.


A sonda espacial Kepler, partiu em Março de 2009 para uma zona distante da Via Láctea, com o objectivo de procurar planetas rochosos, idênticos à Terra, fora do Sistema Solar, onde se possa encontrar água em forma líquida − o ingrediente fundamental para existir qualquer manifestação de actividade biológica.

Nos últimos 43 dias, o Kepler já forneceu informações de mais de 156 mil estrelas nas constelações de Cygnus e Lyra. Estas estrelas estão classificadas em temperaturas e tamanhos. Algumas são estáveis, enquanto outras pulsam. Algumas mostram manchas estelares e outras produzem chamas tão fortes que esterilizam os planetas mais próximos.

O trabalho do observatório espacial consistiu em procurar alterações subtis de brilho que indicariam a presença de um planeta em órbita, informações que a equipa de 28 membros está a analisar.

Massa idêntica à da Terra

A NASA informou que os novos dados não incluem detalhes dos 400 planetas mais interessantes dos 706 candidatos detectados, os quais orbitam as estrelas mais brilhantes detectadas por Kepler.

Kepler já recolheu informações na constelação Cygnus
Kepler já recolheu informações na constelação Cygnus
Estes casos podem ser as melhores promessas de encontrar planetas com massas idênticas à da Terra.

Apesar da magnitude da descoberta, a agência espacial norte-americana actua com precaução e não irá publicar uma versão oficial da descoberta até 2011.No entanto, já existem artigos científicos sobre o assunto: Arxiv 1 e 2.

A verificar-se, estes sistemas exoplanetários seriam os primeiros conhecidos em que cada planeta cria um mini-eclipse quando transita.

Múltiplos planetas

“O Kepler encontrará dezenas, e possivelmente centenas, de estrelas que têm múltiplos planetas”, afirmou o veterano cientista que procura planetas e co-autor do estudo, Geoffrey Marcy, da Universidade da Califórnia em Berkeley.

Lia LaPiana, executiva do programa Kepler dos Escritórios Centrais da NASA em Washington, partilha do optimismo de Marcy: “Desejo que a comunidade científica analise as informações e anuncie os resultados destes novos exoplanetas nos próximos meses”.

William Borucki, investigador responsável pela missão
William Borucki, investigador responsável pela missão
Para David Koch, do Centro de Investigação Ames da NASA em Moffett Field na Califórnia, e um dos responsáveis pela sonda,“este é o conjunto de dados mais preciso e de maior tamanho de fotometria estelar alguma vez realizado. Os resultados só serão melhores quando o conjunto de informações aumentar com o tempo”.

Estamos sozinhos?

A sonda Kepler continuará a procurar planetas que orbitem estrelas numa zona quente e habitável, até, pelo menos, Novembro deste ano.

Sendo que o trânsito dos planetas da zona de estrelas similares ao Sol, acontece uma vez por anos e são necessários três trânsitos para as verificações, espera-se que sejam precisos pelo menos três anos para localizar e verificar um planeta do tamanho da Terra.

“As observações de Kepler vão dizer-nos se existem muitas estrelas com planetas que podem albergar vida, ou se podemos estar sozinhos na nossa galáxia”, conclui o investigador científico principal da missão, William Borucki.

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