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quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

A resistência na grande tribulação, os miseráveis


Eles chegaram na manhã seguinte. Era um grupo de cem pessoas famintas e desesperadas. Eles tinham ferimentos pelo corpo, pois durante a fuga foram perseguidos por soldados e policiais.





           Um pastor idoso e calvo perguntou a Tidy:
           ___ Podemos ficar aqui?
           Tidy ia dizer que não, mas seria inútil, pois aquela caverna nos Apalaches era um refúgio ideal para centenas de pessoas. Ele viu todo aquele povo desesperado e disse sim. Logo estava dividindo o alimento de semanas com aquele grupo faminto. Era desesperador, sua mulher e filhos ficaram com medo da fome, pois todo o alimento foi consumido em poucas horas.


            As bocas famintas devoraram tudo. Eles pouco falavam. Chegaram como gato velho que recebe uma casa nova e fica assustado, por dias não sai da caixa que dão a ele até criar coragem para deixar o abrigo.


           Era algo muito triste, algo tão triste que era de cortar o coração. Aquele povo estava todos os dias na igreja, mas tinha o coração impuro e agora estavam ali sem esperança, não eram capazes de orar um segundo sequer, pois a morte, a fome e o medo era algo forte na vida deles.

             A dor era profunda em cada alma à medida que o Anticristo estendia seu manto sobre a terra e legiões de demônios voavam por todo o mundo para destruir e atormentar as nações.
            O mundo estava tão podre que quando você fechava os olhos via demônios. Quando ia dormir sonhava com demônios. Era desespero e agonia o tempo todo.



              Tidy estava sozinho nos Apalaches, agora eram muitos, centenas e estava chegando mais. Ele tinha treinamento militar, tinha participado da guerra do Iraque e do Afeganistão, por isso começou a botar ordem na casa separando o pessoal em grupos. Criou um grupo de caça, um para procurar lenha e frutas na mata, outro para buscar água, outro de vigilância e outro para saquear as cidades próximas durante a noite a fim de encontrar alimento, pois não podiam comprar nem vender sem a marca do Diabo.

           Sobre cada grupo ele colocou um comandante e isso fez aquele povo ter esperança novamente. Agora não adiantava orar, era guerra, guerra.

              É claro que orar sempre adianta, mas havia uma poderosa nuvem de demônios nos ares, por isso orar era difícil,  era doloroso, era como se você tivesse um ferimento terrível e tivesse que trocar o curativo grudado no ferimento, a dor era terrível, angustiante, cruciante.



               E foi então que a resistência iniciou, a dor era muita, mas havia uma esperança, que morresse sem pegar a marca da Besta tinha lugar garantido no paraíso.




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