Os EUA e Israel tentam fabricar uma justificativa para uma próxima guerra.
No Irã vivem 25.000 judeus. É o maior grupo populacional judaico no Oriente Médio, retirando Israel. Os judeus iranianos não são perseguidos ou maltratados pelo governo, ao contrário, eles estão sob proteção da Constituição iraniana. Eles gozam de liberdade confessional e têm direito a voto. Eles não são parados e revistados nas barreiras de controle, eles não são maltratados por um exército de ocupação, e eles não são tocados para uma colônia penal (Gaza) superlotada, onde são negadas suas necessidades mais básicas para sobrevivência diária. Os judeus iranianos levam uma vida digna e gozam de seu status como cidadão regular em seu país.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad é demonizado na mídia ocidental. Ele é rotulado como anti-semita e “novo Hitlerâ€. Mas se tais afirmações procedem, pergunta-se por que a maioria dos judeus no Irã votou em Ahmadinejad nas últimas eleições para presidente. Não poderia ser que a maior parte daquilo que sabemos sobre Ahmadinejad seja puro boato e propaganda? O seguinte parágrafo provém de um artigo da BBC:
“O gabinete (de Ahmadinejad) doou há pouco tempo dinheiro para um hospital judaico em Teerã. O hospital é uma das quatro clínicas judaicas de repouso em todo mundo e é financiada até pelo dinheiro dos judeus da diáspora – uma coisa surpreendente no Irã, pois até as organizações assistencialistas locais têm dificuldade em receber dinheiro do estrangeiro, sem temer ser difamadas como agentes estrangeiros.â€
Quando é que Hitler doou dinheiro para hospitais judaicos? A analogia com Hitler é uma tosca tentativa de lavagem cerebral junto aos americanos. Ela nada diz sobre quem é Ahmadinejad na realidade.
Talvez junto aos norte-americanos. Aqui no Brasil, existem muitas pessoas que já se despertaram e sabem da influência tendenciosa da grande mídia e de grupos de interesse elitistas. Diante da crise econômica mundial, volta a estar em evidência o combate às Altas Finanças levado a cabo pelo regime Nacional-Socialista de Hitler. Colocando os líderes alemão e iraniano num mesmo cesto para sujá-los então com a propaganda de guerra, os plutocratas tentam desviar a atenção para as verdadeiras mazelas mundiais – NR.
As mentiras sobre Ahmadinejad não se diferenciam das mentiras sobre Saddam Hussein ou Hugo Chávez. Os EUA e Israel tentam fabricar uma justificativa para uma próxima guerra. Por este motivo é imputado a Ahmadinejad o que ele nunca disse. Ele nunca disse que “Israel deve ser varrido do mapaâ€. Isso é apenas outra peça de ficção. O autor Jonathan Cook esclarece aquilo que o presidente iraniano disse de fato:
“Este mito foi sempre mencionado desde que um discurso que Ahmadinejad proferiu há aproximadamente dois anos, foi traduzido erroneamente. Especialistas em Farsi (língua persa) confirmaram que o presidente do Irã – longe de ameaçar Israel de extermínio – citou um discurso do Aiatolá Khomeini o qual assegurava aos apoiadores dos palestinos, que “o regime sionista em Jerusalém†deveria desaparecer dos anais da históriaâ€.
Ele não ameaçou exterminar os judeus ou também Israel. Ele comparou a ocupação israelense da Palestina com outros sistemas ilegítimos de domínio, cujo tempo já passou e estavam desaparecidos, entre eles o Xá que reinou outrora no Irã, a África do Sul sob regime do Apartheid e o império soviético. Mas apesar disso, a falsa tradução prevaleceu e foi divulgada amplamente, pois ela serviu exemplarmente à propaganda em favor de Israel e seus apoiadores. [Israel’s Jewish Problem in Teheran, Jonathan Cook, The Electronic Intifada]
Ahmadinejad não representa qualquer ameaça a Israel ou aos Estados Unidos. Assim como qualquer outro no Oriente Médio; ele deseja apenas uma pausa para respirar da agressão dos norte-americanos e israelenses.
Sinagoga em Teerã
O seguinte parágrafo foi retirado da Wikipédia:
“O Ministério do Exterior dos EUA fizeram afirmações sobre a discriminação de judeus no Irã. Segundo um estudo do ministério, os judeus não podem ocupar qualquer cargo governamental e nem trabalhar no campo do direito ou como diretor de escolas públicas. Este estudo afirma que o cidadão judeu tem o direito de possuir um passaporte e deixar o país, mas que freqüentemente lhe é negado a entrada ou saída do país que normalmente teriam os outros cidadãos. As acusações do ministério norte-americano foram rechaçadas pelos judeus de Teerã. A associação dos judeus de Teerã foi enfática em seu esclarecimento: ‘Nós judeus iranianos condenamos as afirmações feitas pelo Ministério do Exterior dos EUA sobre a minoria religiosa no Irã e esclarecemos que nós somos totalmente livres para praticar nossa religião e não experimentamos qualquer restrição ao praticar nossos rituais religiosos’.â€
Em quem devemos acreditar: nos judeus que vivem em Teerã ou no Ministério do Exterior que claramente tem a intenção de semear a discórdia?
Existem em Teerã cinco abatedouros kosher, onze sinagogas e inúmeras escolas para hebraico. Nem Ahmadinejad nem qualquer outro funcionário do governo tentou em momento algum fechar estas instalações. Nunca. Judeus iranianos têm liberdade para viajar ou imigrar para Israel, caso desejem. Eles não são mantidos como prisioneiros por um exército de ocupação. Não lhes é negado alimentos nem medicamentos. Suas crianças crescem sem traumas causados por atos violentos. Suas famílias não explodem no ar porque helicópteros atiraram uma salva de tiros sobre a praia. As pessoas que os defendem não são atropeladas por tratores de esteira ou atingidas na cabeça por balas de borracha. Eles não são combatidos com gás lacrimogêneo ou espancados quando demonstram pacificamente por seus direitos de cidadãos. Seus líderes não são caçados e assassinados em atentados planejados.
Roger Cohen escreveu um ensaio bastante profundo sobre este tema no New York Times:
“Talvez eu tenha maior tendência para fatos do que para palavras, mas eu digo que o respeito e a gentileza da sociedade iraniana frente aos judeus dizem mais sobre o Irã e o nível de sua cultura, do que a retórica inflamada de seu governo. Talvez pelo fato de ser judeu e raramente ter sido tratado com tanto calor humano como no Irã. Ou talvez eu estivesse impressionado pela fúria contra Gaza, estampada nos postes e na TV iraniana, e que o governo em momento algum foi ofensivo ou incitou a violência contra judeus, ou talvez seja porque eu esteja convencido que é equivocada e perigosa a caricatura de ‘Mad Mullah’ do Irã e a alusão de qualquer tipo de compromisso com Munique 1938 – uma posição comum em alguns círculos judaicos na América.†[“What Iran´s Jews Sayâ€, Roger Cohen, New York Times]
As coisas não são perfeitas para os judeus no Irã, mas são claramente melhores do que para os palestinos em Gaza. Muito melhor.
Mike Whitney
Fonte: Inacreditável
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